segunda-feira, 30 de junho de 2008

Tempo

O tempo. Sempre o tempo, marcando todas as coisas entre o agora e o não mais, forçando o mundo a caminhar na direção do que está por vir.
Os prazos, os dia do vencimento das contas, a validade das coisas nas geladeiras e nas prateleiras, as semanas que passam voando e aquele minuto que não passou jamais. Tanta gente presa naquele minuto. Depois dele, restou apenas a sombra de alguém para sempre parado quem sabe em uma sala, ou cama, ou cemitério, ou aeroporto, quem sabe em um toque, um beijo, um aceno, enfim, no limite de tudo o que não se pode esquecer jamais.
O tempo das lembranças e dos esquecimentos: a vida inteira em uma hora, e a hora que falta para começar a vida não em suas metades, mas a vida inteira.
Era ali que ela estava, no tempo, aos pedaços. Parada naquela sala há muitos anos atrás, com suas flores, velas e adeus. Andando sempre sozinha pela cidade cinza, com seus mapas confusos e uma bússola quebrada. Deitada no escuro do quarto, esperando o telefone tocar ou alguém bater à porta.

1 comentários:

Anônimo disse...

ai, eu fico muito p. da vida com aquele minuto que passou.