terça-feira, 24 de junho de 2008

Adeus, vida velha (trecho 3)

"Pronto, entrava na discussão o fim-de-semana, embaralhando e confundindo tudo.
Ele procurou recuperar a concentração e retomar as rédeas do seu pensamento.
O que eu pergunto é se os dias vão somando-se na nossa vida ou se eles vão se acabando... assim, a vida caminha pra trás ou pra frente??
O cara da mesa ao lado achava que ele era louco? Não, não, ele o olhava como se pensasse que ele era mesmo um pouco inteligente.
Nunca pensei sobre isso (nem o ele pensara até aquela tarde). Mas acho que são as duas coisas: o meio da semana vai se somando e o sábado e o domingo vão se acabando. O que a gente faz de obrigação se soma, e o que a gente faz de prazer se acaba.
A metáfora do copo, então, já não respondia nada, era uma imagem defasada. Porque a semana não era um líquido uniforme, era doce e amargo ao mesmo tempo, e outros mil sabores em que ele não tivera ainda tempo de pensar.
Ele estava como iluminado. O cara ao lado era um oráculo".

3 comentários:

livia dias disse...

acabou-se o que era doce... daí chega o amargo, mands.

cara, as idéias são suas? são muito boas, gostei mesmo!

como disse algum ilustre, cujo nome não lembro, a vida deveria ser invertida... primeiro morremos, pra depois nascer. assim, teríamos toda o transtorno da velhice e a responsabilidade do adulto, pra assim viver tranquilos a euforia da adolescência e a curiosidade da infância. :)

vou passar a visitar seu blog. beeeijo!

Manuela López disse...

edificante, mands.
edificante.


não pare.
=*

Anônimo disse...

ele filosofou demais, nessas horas, rasa que sou, me perco e filosofo por cima.