quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

grudava na minha ansiedade e tudo que eu precisava era me sentir em movimento, a noite me lembrava um grande trem com poltronas reclináveis, onde eu me sentia segura, confortável e, sobretudo, fora de alcance. Não sei bem porque essa é uma das minhas recordações mais acolhedoras, se só viajei de trem uma única vez, quando era criança.


Era na noite estilo albergue onde eu costumava te encontrar, e onde Clara surgiu com sua presença simples complicando tudo em volta dela. Não digo que Clara apareceu como um sol ou um clarão na noite, e deixo de dizer não somente para fugir desse lugar comum. De fato, Clara trouxe uma luz nova para o albergue e ainda mais para a mansão, organizando os meus pensamentos em torno dela própria e iluminando tudo com aquelas faíscas de surpresa, inveja e, por que não dizer, de ódio que me queimavam sempre que eu a via, e depois até quando eu apenas pensava nela. Mas era como se Clara fosse uma lanterna com foco direcionado, e não como o sol que derrama dia em tudo.

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